Rio dos Índios - Enquanto prefeito comemora o início das obras de asfaltamento urbano, moradores da zona rural do município padecem com as péssimas condições das estradas

Diversas localidades do município registram trechos ruins; algumas estradas são intransitáveis

Imagem/design: Redação Rádio Rio Fm | Fotos: Reportagem Rio Fm | Reprodução Facebook

 

Foi iniciada nesta quinta-feira (2) as obras de pavimentação asfáltica no perímetro urbano do município de Rio dos índios.

De acordo com nota da administração municipal, publicada em perfil oficial no facebook, serão investidos no empreendimento, R$ 1.295.088,29 (um milhão duzentos e noventa e cinco mil, oitenta e oito reais e vinte e nove centavos).

Em tom bastante eufórico, o prefeito Salmo Dias de Oliveira, divulgou por meio das redes sociais a evolução e o passo-a-passo dos trâmites que culminaram com o início das obras.

Contudo essa mesma euforia não é compartilhada pela maioria (esmagadora) dos rioindienses, especialmente aqueles que residem na zona rural do município e que padecem com as péssimas condições das estradas.

Recorrentemente, moradores de diversas regiões do município reclamam da qualidade das estradas, que em muitas vezes são intrafegáveis.

Recentemente nossa equipe visitou algumas comunidades do município e constatou um verdadeiro descaso da atual administração com dezenas de famílias que estão praticamente isoladas, dadas as más condições das estradas que acessam as suas residências.

É o que acontece em Linha Serpa (próximo a Batinga Alta), onde várias famílias precisam se deslocar por meio de uma estrada, cujas condições de trafegabilidade são precárias, impondo aos transeuntes desafios e perigos reais, considerando que, em tais condições, além do risco de ter algum dano em seus automóveis, os usuários do acesso convivem também com o receio de envolverem-se em acidentes, dadas as condições da via.

As imagens colacionadas a seguir, são registros feitos por nossa equipe no último sábado (4), e que comprovam a situação atual da referida estrada.

 

 

O caso da Linha Serpa, no entanto, não é uma situação isolada. A mesma dificuldade é enfrentada pelos moradores da Linha Uru, onde a estrada praticamente desapareceu. As imagens a seguir são registros de nossa reportagem em 04/07/2020:

 

 

As imagens demostram que a vegetação cobriu o que deveria ser a estrada, deixando evidente que a via há muito tempo não recebe manutenção.

 

 

A falta de manutenção também se constata em outras estradas do município. É o que ocorre em Linha Sbaraim. As imagens a seguir  foram registradas pela reportagem da Rio Fm no fim do mês de junho:

 

 

Esta estrada é o único acesso para as famílias de agricultores que ali residem, e cuja atividade econômica consiste unicamente no trabalho agrícola, e que por conta disso, dependem de estradas em condições razoáveis, para que possam operar as suas atividades.

Diante do cenário desanimador inúmeros agricultores se mostram insatisfeitos com a agricultura, e considerando o abandono por parte da administração, com relação aos habitantes da zona rural do município, alguns ameaçam até abandonar a atividade agrícola e migrar para outros municípios.

É o caso do Sr. Luis Bilibio que desistiu da produção de leite dadas as péssimas condições da estrada que acessa a sua propriedade. Bilibio relata que o laticínio informou não ser possível recolher a sua produção, simplesmente porque o caminhão do leite não conseguia entrar em sua propriedade devido à má qualidade da estrada.

 

 

O produtor relata ainda que contraiu empréstimo em banco, a fim de adquirir um resfriador, equipamento indispensável para o armazenamento do leite; segundo informou Bilibio à nossa reportagem, a dívida no banco ainda permanece, mesmo após o fim da atividade leiteira; segundo ele a dívida só deve terminar em 2023.

Seu Luis relatou também, que por diversas vezes, foi forçado a jogar fora entre 600 e 700 litros de leite, já que o caminhão que faz o recolhimento da produção, não conseguia acessar a sua propriedade.

Mesmo diante de tantos contratempos e incontáveis solicitações ao poder público do município, a estrada do Sr. Luis ainda não foi recuperada.

Destaca-se que o referido produtor possui propriedade há apenas 3 km da sede do município e mesmo assim teve de vender suas vacas de leite e interromper a atividade que lhe proporcionava considerável retorno econômico.

 

 

Em Santa Isabel a situação é semelhante. As imagens a seguir revelam o que para os moradores desta comunidade é um desafio diário. Vejamos:

 

 

Outrossim, é de conhecimento notório, pela população de Rio dos Índios, uma vez que foi destaque nas redes sociais, o fato de alguns munícipes terem contratado, de forma particular, o reparo de suas estradas, sendo realizado através da iniciativa privada, o que deveria ser obrigação da administração pública.

A atitude desses moradores, denuncia o descaso da administração, causada pela desídia na prestação dos serviços, bem como evidencia a revolta da população que não aguenta mais esperar por promessas que acabam por não se cumprir.

As localidades citadas são apenas algumas das diversas comunidades do município que padecem com a desassistência do poder público; outras regiões do município também sofrem com as péssimas condições das estradas interioranas.

Enquanto isso, a administração de Rio dos Índios, tenta, através do marketing, vender a ideia de que o município anda de vento em polpa, no escopo de criar uma atmosfera favorável para o período eleitoral que se avizinha, enquanto que na realidade dos fatos, a maioria dos munícipes choram suas pitangas enquanto aqueles que deveriam atendê-los comemoram assinaturas de contratos e realização de obras que oneram e endividam o município e, cujo custo-benefício é exíguo.

Diante do atual cenário o povo rioindiense não tem muito a comemorar, já que a desigualdade no tratamento dado pela administração, impõe à maioria dos habitantes, a precariedade do serviço público, dito básico, o que poderia ser evitado com políticas públicas que atendessem aos interesses da população, em vez de interesses meramente eleitoreiros.

Vale mencionar que a administração pública norteia-se pelo princípio da supremacia do interesse público, logo, o bem estar das pessoas deve ser a prioridade do administrador, ou seja, as pessoas em primeiro lugar.

 

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